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Estado de Minas BIZARRO

Paciente tem rim removido 'por engano' nos Estados Unidos

Médico confundiu órgão com um tumor


postado em 11/01/2019 17:40 / atualizado em 11/01/2019 17:44

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

Um cirurgião da cidade de West Palm Beach, na Flórida, nos Estados Unidos, foi condenado recentemente pela justiça americana a pagar uma indenização de US$ 3 mil (equivalente a mais de R$ 11 mil) por ter retirado um dos rins de uma paciente "por engano". A informação foi divulgada pelo jornal local The Palm Beach Post.

Apesar de a decisão pela condenação ter saído nos últimos dias, o caso ocorreu em abril de 2016, quando uma mulher identificada como Maureen Pacheco procurou o médico Ramon Vazquez queixando de dor lombar. A partir disso, ele avaliou que o problema estava ocorrendo por conta de um tumor que a paciente teria e, sendo assim, seria necessária uma cirurgia.

Durante o procedimento, que ocorreu no Centro Médico Regional de Wellington, em West Palm Beach, Vazquez retirou o suposto tumor, finalizando a cirurgia em seguida. O problema é que alguns dias depois, um patologista analisou o que foi retirado do corpo de Pacheco e descobriu que, na verdade, tratava-se de um dos rins, e não um câncer, como o médico havia diagnosticado.

Segundo o The Palm Beach Post, o erro médico gravíssimo ocorreu porque Ramon Vazquez não sabia que Maureen Pacheco nasceu com uma condição rara que fez com que seu rim se formasse e se desenvolvesse na região pélvica, ao invés do abdômen. Somente no período pós-operatório é que a paciente informou ao profissional que possuía a malformação.

Ao descobrir o engano, Pacheco procurou o Departamento de Saúde da Flórida. Após analisar o caso, as autoridades ingressaram com uma ação na justiça pedindo punição ao cirurgião e uma reparação financeira à paciente.

Disputa judicial

Os US$ 3 mil de indenização que Maureen Pacheco receberá é um valor considerado baixo pelo advogado dela, Donald J. Ward. Mas, segundo o The Palm Beach Post, isso se deve ao fato de que o juiz entendeu que a mulher também cometeu um erro ao não informar previamente ao médico seu problema de saúde.

Em entrevista ao jornal americano, Donald J. Ward critica a decisão: "É muito triste quando um médico coloca a culpa em sua paciente depois de remover desnecessariamente um de seus órgãos vitais". Ainda conforme o advogado, os registros médicos da paciente foram analisados pelos profissionais que a operaram e esses documentos mostram a condição que ela possuía desde o nascimento.

Já o advogado responsável por defender Ramon Vazquez, Michael Burt, não concorda nem com a condenação de seu cliente: "Ele é um excelente cirurgião e tem prestado serviços exemplares, muitas vezes salvadores, em nossa comunidade há muitos anos. Nesse caso, entendo que ele tomou uma decisão profissional e em conjunto com outros médicos".

Parecer técnico

O The Palm Beach Post teve acesso a uma análise feita por Christian Birkedal, um perito contratado pelo Departamento de Saúde da Flórida. Segundo o periódico, em seu laudo, ele apontou falhas no processo de diagnóstico realizado por  Ramon Vazquez. "Ele deveria ter revisado os raios-x antes da cirurgia e ter feito a biópsia da massa antes da remoção", escreve o especialista no documento.

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